sexta-feira, 14 de agosto de 2009

MiB - A serviço do silêncio[parte 4]

Um visitante de outra dimensão?

Foi apenas depois da visita, entretanto, que o Dr. Hopkins refletiu sobre a estranheza da aparência e do comportamento de seu visitante. Na hora, ele discutiu o caso normalmente. Quando terminou seu depoimento, o visitante afirmou ao anfitrião que este tinha duas moedas no bolso, o que era verdade. Ele pediu ao médico que colocasse uma das moedas em sua mão e ele o fez. O estranho pediu ao Dr. Hopkins que observasse a moeda, não ele: enquanto ele olhava, a moeda pareceu sair de foco, desaparecendo gradualmente. "Nem você nem outra pessoa desta dimensão verão novamente essa moeda", disse-lhe o visitante.

Depois de falar por mais um momento sobre OVNIs, o Dr. Hopkins percebeu que a fala do visitante estava ficando mais lenta. O homem levantou-se de maneira vacilante e disse, muito devagar: "Minha energia está diminuindo. . . tenho que ir. . . adeus!" Caminhou tropeçando até a porta e desceu lentamente os degraus do lado de fora. O Dr. Hopkins viu um luz branca, fosforescente e nitidamente mais brilhante que um farol normal de carro iluminando o caminho; na ocasião, entretanto, achou que ela provinha do carro do visitante, embora não o tivesse visto nem ouvido.

Mais tarde, quando a família do dr. Hopkins já tinha voltado para casa, eles examinaram a passagem de carros e encontraram marcas que não podiam ter sido deixadas por pneus, pois estavam no meio da passagem. No dia seguinte, as marcas tinham desaparecido.

O Dr. Hopkins ficou muito perturbado com a visita, especialmente quando refletiu sobre a extraordinária conduta do estranho. Estava tão apavorado, o que não é de admirar, que tinha concordado com as instruções do visitante para que desgravasse as sessões hipnóticas que vinha realizando a respeito do caso que estava pesquisando, e que desse tudo por encerrado.

Incidentes curiosos continuaram a ocorrer tanto na casa do Dr. Hopkins quanto na de seu filho mais velho. Ele supôs que havia alguma ligação com a extraordinária visita, mas jamais soube de seu visitante novamente, bem como da Organização de Pesquisas Ufológicas, pois tal instituição não existe.

O depoimento do Dr. Hopkins é provavelmente o mais detalhado que temos a respeito das visitas dos homens de preto e nos coloca diante de um dos problemas mais bizarros. Primeiramente, temos que nos perguntar se um experiente e respeitável médico poderia inventar uma história tão fantástica, e, se for o caso, com que objetivo? Por outro lado, poderia todo o episódio ter sido uma ilusão, apesar de as marcas terem sido vistas por outros membros da família? Poderia a verdade estar entre a realidade e a imaginação: ou seja, um visitante real, ainda que um impostor sob falsa identidade, o teria visitado por alguma razão desconhecida, funcionando assim como ponto de partida para inventar todo um conjunto de características estranhas que para um terceiro poderia parecer uma explicação bastante natural?

Conseqüências assustadoras


O que parece uma explicação provável é que todo o incidente tenha ocorrido na imaginação do médico. Quando sua mulher e filhos chegaram em casa, encontraram-no profundamente perturbado, com as luzes da casa acesas, sentado junto de uma mesa sobre a qual havia um revólver. Eles confirmaram as marcas na passagem de carros e uma série de distúrbios telefônicos que pareceram começar imediatamente após a visita. De maneira que alguma coisa deve ter acontecido, embora sua natureza permaneça misticamente incerta.

A natureza concreta do fenômeno foi aceita pela força aérea dos Estados Unidos, que estava informada de que pessoas fazendo-se passar por funcionários daquela instituição faziam visitas a testemunhas de OVNIs. Em fevereiro de 1967, o coronel George P. Freeman, porta-voz do Pentágono para o Projeto-Blue Book (Livro Azul) da força aérea, declarou ao ufologista John Keel durante uma entrevista:

"Homens misteriosos, vestidos com uniformes da força aérea ou possuindo credenciais de agências do governo têm 'silenciado' testemunhas de OVNIs. Averiguamos uma série de casos e tais homens não têm relação alguma com a força aérea. Não conseguimos descobrir nada a respeito deles.

Apresentando-se como oficiais da força aérea ou como agentes do governo, eles estão cometendo crimes contra a nação. Gostaríamos muito de pegar um deles. Infelizmente, a pista já está sempre muito longe quando tais casos chegam ao nosso conhecimento. Mas continuamos tentando". Uma pergunta permanece sem resposta: seriam os impostores comentados pelo coronel Freeman e o visitante do Dr. Hopkins da mesma espécie? As visões de OVNIs, como os crimes sensacionalistas, atraem um grande número de pessoas mentalmente desequilibradas, que são bem capazes de se apresentar como funcionários autorizados, de maneira a ter acesso às testemunhas; é possível que alguns supostos homens de preto sejam simplesmente pseudo-investigadores desse tipo.

Uma curiosa característica recorrente nos relatos sobre os homens de preto é a inépcia dos visitantes: em geral, são descritos como incompetentes e se comportam de forma inadequada. E um fato interessante envolve o aparecimento desses homens: jamais cumpriram as ameaças proferidas contra suas vítimas.

Carmen Cuneo, uma testemunha de OVNIs, foi ameaçada, em 1976, por um visitante que lhe disse que se ela não parasse de repetir sua história, receberia a visita de três homens de preto. "Perguntei a ele: 'O que significa isso?' 'Bem', disse ele, 'poderia tornar as coisas difíceis para você. . .'" Um ano antes, uma testemunha mexicana, Carlos de Los Santos, foi barrada a caminho de uma entrevista na televisão não por uma, mas duas grandes limusines pretas, e um dos ocupantes vestido de terno preto e com uma aparência de "escandinavo" - disse-lhe: "Olhe, menino, se você dá valor a sua vida e à de sua família, não fale mais sobre essa sua visão".

Entretanto, não há nenhum exemplo de que tais ameaças tenham se concretizado, embora muitas testemunhas tenham desobedecido às ordens. Além do mais, por mais sinistros que sejam os homens de preto, eles se distinguem pela ausência de agressividade: o pior que se pode afirmar sobre eles é que molestam a testemunha com suas visitas e chamadas telefônicas fora de hora ou que as perturbam com sua simples presença.

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